Rodrigo Monteiro

Forró na Paulista

São Paulo dos ansiosos transeuntes das frenéticas calçadas, da convivência com personagens interessantes e das multiplicidades da cultura. Esses e tantos outros elementos chamaram a atenção do fotógrafo Rodrigo Monteiro que nos apresenta uma linda série de imagens sobre a cidade que não para: São Paulo. Como diz Tom Zé: Em Brasília é veraneio/ No Rio é banho de mar/ O país todo de férias/ E em São Paulo é só trabalhar.

Paulistano, filho de nordestinos e formado em Ciências Sociais pela USP, Monteiro iniciou-se na fotografia em 2012 quando, ao adquirir sua primeira câmera, se interessou em registrar o cotidiano paulistano. Autodidata, organizou sua própria biblioteca e foi adquirindo equipamentos e conhecimento que permitiram-lhe aprofundar sua imersão na paixão pela fotografia com o cuidado e preocupação de levá-la a sério como mais uma das ciências humanas além das que estudou na Universidade.

A empatia pela complexidade e as vicissitudes humanas e da vida social alicerçaram seu interesse pelo registro fotográfico. “Fotografar é, antes de mais nada, gostar de gente. O domínio da técnica é apenas a etapa inicial do registro fotográfico. É preciso ter (e desenvolver) a sensibilidade e a delicadeza de adentrar a arte e procurar no momento da foto o sentimento e a expressividade da cena e dos retratados”, nos contou Monteiro.

“O que encontramos nas ruas é o espetáculo do social (com suas inevitáveis contradições) esperando ser captado pelo fotógrafo. O humor é um dos elementos chave da sua fotografia, pois mesmo com a difícil vida nas grandes cidades sempre podemos presenciar cenas divertidas em instantes únicos pela cidade”, afirma Monteiro. Considera que a boa fotografia é aquela que, com poucos elementos, consegue transmitir emoção e a vontade de ser revisitada repetida vezes pelo leitor – algo que percebemos bem nas imagens de Monteiro.  

Ano novo chinês na Liberdade.

Leitora na calçada do Conjunto Nacional.

Osvaldo e Beethoven.

O menino e a bicicleta.

Ao ser questionado sobre a ausência de cores, ele responde: “a escolha do preto e branco na maioria das minhas fotos advém da influência e dos estudos de autores que pintaram genuínas obras de arte da cena urbana e social e me inspiram como Sebastião Salgado”. Olhar sensível, com ar de poesia e instantes precisos, ele deixa claro na sua arte a paixão por fotografia do cotidiano.

Para conferir os trabalhos do Rodrigo Monteiro, acesse: http://www.rodrigomonteirofoto.com.br/

 
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